terça-feira, 15 de março de 2011

Manifesto sobre a eleição do Diretor do Campus São João Evangelista/IFMG

O Brasil está vivendo um ciclo de imensas oportunidades, com crescimento elevado, tanto em qualidade quanto em quantidade. É o melhor momento da nossa história! Vamos sonhar “grande”!

Atitude inteligente neste momento é a construção de competência para aproveitar estas oportunidades, até mesmo porque oportunidades são passageiras e nem mesmo sabemos se voltarão.

Enquanto isto, o nosso Campus não aproveita os grandes ciclos de crescimento da Rede Federal de Educação Profissional, por falta de união, comprometimento e visão estratégica.

O primeiro grande ciclo aconteceu no final dos anos 70, quando os Colégios e Ginásios Agrícolas foram transformados em Escolas Agrotécnicas. Na ocasião, o então Ginásio Agrícola era dirigido por diretores indicados pelo MEC. As lideranças políticas locais fizeram a indicação de um Diretor local, contrariando o interesse político do MEC, o que causou a perda de investimentos por aqui, enquanto outras Escolas recebiam recursos fartos. Quando o MEC empossou novo Diretor, de acordo com os seus próprios interesses, os investimentos vieram (pessoal, capacitação, alojamentos, salas de aulas, reformas, equipamentos, etc.) e a Escola viveu, certamente, o seu maior ciclo de crescimento.

O segundo grande ciclo aconteceu no ano de 1997, com a implantação do PROEP (Programa de Reforma da Educação Profissional – Lei 9.394/96). A direção da Escola, com olhos voltados para a continuidade de interesses pessoais, a comunidade indiferente aos fatos e a oposição descomprometida com a instituição, juntas, ignoraram as orientações do MEC e deixaram escapar a oportunidade de transformar esta Escola em CEFET. Enquanto isso, outras Escolas Agrotécnicas, algumas com estrutura bem inferior à estrutura desta, passaram a CEFET.

O terceiro grande ciclo de crescimento, já com perdas irreparáveis, ainda está em curso. Foi iniciado pelo Governo Lula e, diante do cenário econômico positivo para o Brasil, estenderá pelo Governo Dilma e seguintes: é a criação dos Institutos Federais. Neste cenário, a atual Direção do nosso Campus se queixa da “má vontade” da Reitoria e a Reitoria tem exposto formalmente a incompatibilidade que a Direção do Campus apresenta diante do trabalho da Reitoria. Consequência: enquanto outros campi recebem e aplicam recursos de vulto, o nosso Campus está andando a passos lentos e as oportunidades estão sendo perdidas.

O desalinhamento entre a Direção deste Campus e a Reitoria do Instituto é fato incontestável e isto pode até alimentar o ego de alguns políticos, mas, com certeza, vai minando as oportunidades deste Campus. Este quadro deve continuar? Cada um de nós dará a sua resposta, nos próximos meses.

É fato notável que líderes com visão de futuro, que colocam à frente interesses nobres, atraem recursos fantásticos para suas comunidades, como está ocorrendo com algumas universidades da região e com alguns campi do nosso próprio IFMG. Se ainda não sabemos que estes municípios estão recebendo investimentos volumosos da Educação Federal, e os instrumentos utilizados por estes municípios, ainda há tempo para nos informarmos e construirmos um novo caminho para este Campus.

Esta pré-candidatura tem por meta provocar um debate sério e comprometido sobre o futuro deste Campus, com a proposta clara de construir um acordo confiável entre todos os pré-candidatos e lideranças internas e externas, para lançamento de candidatura única, de forma a desencorajar por aqui as discussões menores e construir uma agenda positiva para o Campus e para a região.

Para isto, é urgente que cada estudante, cada servidor (terceirizado, técnico-administrativo e docente), faça uma reflexão profunda sobre a importância deste Campus para si mesmo e para o futuro da nossa região. É urgente combater a apatia e criar um clima de entusiasmo que impulsione o Campus para executar a sua missão no desenvolvimento da região. É momento para, antes de qualquer pedido de voto, discutir profundamente as perspectivas deste Campus, com um ordenamento que desestimule a campanha eleitoral no ambiente de trabalho ou em sala-de-aula, como já está acontecendo, mesmo antes de iniciado o processo pela Reitoria.

Por fim, é prudente lembrar que, por mais que os políticos mereçam críticas, a verdade é que eles saem do nosso meio, são eleitos por nós, através de processo democrático e transparente. Os políticos, para serem eleitos, dizem aquilo que nós eleitores gostamos de ouvir. Desta forma, a crítica se volta para nós. A nossa instituição caminhará na direção que nós apontarmos, pelas vias que nós criarmos. Cada um de nós é igualmente responsável por tudo que está acontecendo e que acontecerá neste Campus.

As mudanças políticas sustentáveis começam pelas bases, quando os cidadãos adquirem clareza do discurso que querem e merecem ouvir dos candidatos e dos dirigentes, como acontece historicamente nos grandes momentos democráticos da humanidade. É o efeito sinérgico-positivo da cidadania.

O momento presente é muito promissor! Caminhemos!!!

Professor Roberto Carlos Alves – Pré-Candidato
http://robertocarlosalves.blogspot.com/
robertocarlos.sje@gmail.com